Há dias estou diante dessa página
em branco, tentado, matutando, me forçando a escrever alguma coisa, que mais
tarde venha fazer algum sentido. Os pensamentos se atropelam num congestionamento
extenso de sugestões. Estou sensível, sensibilizado, afetuoso e tudo mais que implique
sentimentalismo. Tudo isso porque é Julho. Tudo isso porque se aproxima uma
data que ano após ano me deixa num estado um tanto quanto incomum, fico mais
emotivo que o costume. Estou prestes a completar 25 anos e a trilha sonora que
escolho pra me acompanhar nessa data, foi imortalizada no voz da sempre
perfeita Elis Regina: “Ontem de manhã
quando acordei, olhei a vida e me assustei. Eu tenho mais de vinte anos e eu
tenho mais de mil perguntas sem respostas...” (20 Anos Blue).
Tantos questionamentos, tantos
almejos trocados por utopias, atropeladas por porções avassaladoras de
realidade. Crescer dói e dor implica aprendizado. Ó meu Deus, é um circulo
vicioso imprescindivelmente necessário.
Ao longo desses vinte e cinco
anos de vida muitas pessoas foram incorporadas à minha personalidade, trazendo
um cadinho de essência, que é tão fundamental nessa troca de afetos e bem
querências que tão maravilhosamente denominamos “Amizade”. Tantas pessoas vieram
com suas verdades, suas histórias, suas levezas e seus pesos, que por hora, até
achei fosse um porto onde apenas eram possíveis as chegadas e, quando percebi que
também era feito de partidas, algumas pessoas já se haviam ido. Sofri, sofro,
sofrerei demais. Fiquei tão acostumado às chegadas que esqueci de me preparar
para as despedidas.
Poucas pessoas partiram, algumas
por que foi preciso, outras por não terem escolha e, até mesmo por não se adaptarem,
não se encaixarem no contexto que eu tinha para oferecer.
É doído ver alguém que você tanto
gosta indo embora, dando adeus, deixando apenas a ausência. É doloroso porque
temos essa capacidade de nos acostumarmos com o jeito de ser de cada um, temos
essa capacidade mística de criarmos afinidade com pessoas que compartilham suas
histórias conosco e, afinidade não é deste mundo.
Tenho refletido muito sobre a
minha presença na vida das pessoas. Qual o lugar que ocupo no coração das
pessoas que “supostamente” eu cativei, se é que eu as cativei de verdade. Qual
o tamanho da minha importância na vida das pessoas que me gostam. Será possível
calcular essas medidas?!
Vivemos numa sociedade tão
rotulada, que os sentimentos foram se camuflando para não serem reprimidos. O
materialismo, a superficialidade, a facilidade de conseguir tudo foi tomando o
lugar do afeto, do respeito, da simplicidade. As pessoas se limitam no sentir,
no gostar, porque perderam a capacidade de acreditar na bondade das pessoas, e
com razão. A sociedade não nos ensina a sermos bons, a própria sociedade nos
desacredita. Ser bom nos dias atuais pressupõe uma coragem e uma disposição que
poucos possuem, ou admitem possuir. É difícil ser bom, dá medo, insegurança.
Isso porque a bondade é confundida com qualquer coisa que não seja ela.
Não é que tenhamos nascido na
época errada. É só que a época errada não nasceu em nós e, oxalá seja abortada
dos nossos ventres.
Gosto de me emprestar ao tempo e
fazer esse tipo de reflexão. Gosto de refletir, de tentar me encaixar no contexto
de uma maneira mais justa, mais acomodada.
Diante de tantas indagações,
reflexões, utopias e outros intentos, só posso terminar este texto com uma
prece. Ou seria um agradecimento? De qualquer maneira, uma oração.
Meu Bom Deus, obrigado pelo Dom da
minha vida e pela sensibilidade que hoje habita o meu coração e o meu olhar.
Obrigado pelo meu sorriso, pela possibilidade de sorrir novamente. Obrigado
pelo sonho, pelo desejo, pela vontade. Obrigado pelas pessoas que entram na
minha vida e obrigado também pelas que saem.
Que os meus olhos não se cansem
de ver a beleza de cada pessoa, a beleza da vida, a beleza do amor, a beleza da
amizade. Que o meu coração não se feche, que eu jamais deixe de acreditar que
as pessoas podem ser boas, podem ser melhores.
Que haja sempre essência nas
minhas palavras e nas minhas ações. Que eu saiba transbordar bondades e que eu
seja leve na vida das pessoas. Senhor, que eu faça diferença no mundo, que eu seja
sempre encanto e que eu me encante sempre com os pequenos detalhes.
Meu Jesus, obrigado pela minha
vida, pela possibilidade de escolher o meu próprio caminho.
Que o meu coração seja sempre
doce e que o mundo respeite meu jeito de ser!
Amém.
QUE BELA SUA REFLEXÃO FIOTE QUE TU JAMAIS PERCA A SENSIBILIDADE DIANTE DE TODA INSENSIBILIDADE HUMANA,QUE A CADA REFLEXÃO ENCONTRE OS PONTOS DE AMADURECIMENTO QUE A VIDA PROPÕE,QUE A SAUDADE DO QUE SE FOI LHE SIRVA PRA "APROVEITAR" O QUE AINDA SE TEM,QUE O AMOR LHE SEJA BASE PARA ENCARAR OS DIAS MAUS E QUE A POESIA LHE SIRVA SEMPRE DE APOIO QUANDO OS DIAS NÃO FOREM DIAS,FINALIZO AGRADECENDO A DEUS POR SUA ESSENCIA QUE CATIVA E SE ALICERÇA NA VIDA DAQUELES QUE ESSENCIALMENTE PODEM MAIS DO QUE TE VER,TE SENTIR...QUE VENHA MAIS UMA COMEMORAÇÃO DIANTE DA CELEBRAÇÃO DE SUA VIDA =)...
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