Imagem: © saul landell
Os olhos abertos
feito duas bocas
comendo o mundo.
Um fluxo de palavras
sendo empurradas
garganta abaixo:
R E F L U X O.
Versos vomitados
sobre a folha virgem:
P O E S I A.
(Wendel Valadares)
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
sábado, 7 de fevereiro de 2015
O TEMPO INVERNOU
Aqui no interior de Minas Gerais, quando começa a chover fino por vários dias seguidos, costumamos dizer que o "tempo invernou". É nesse tempo que as lavouras absorvem a água necessária para se desenvolverem e que os córregos e rios recuperam a água que perderam no tempo da seca. Nesses dias, costumamos ficar dentro de casa à base de café quente e biscoitos. Os que podem, sentam-se à beira do fogão a lenha pra prosear e comer milho assado na brasa.
Como diria Rubem Alves, "em Minas Gerais até o jeito de chupar laranjas é poesia".
Em Minas Gerais, chuva também é poesia.
(Wendel Valadares)
PS.: Imagem retirada da internet sem restrição de uso.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
IN-CERTO
Imagem: © Joel Robison
Um corpo cansado, à deriva.
Completamente entregue
às complacências do tempo
- meu corpo.
Uns olhos inundados de noite,
abandonando expectativas,
renunciando qualquer
promessa de futuro
- meus olhos.
Um desânimo destroçando
coragens, quase maior
que os sonhos
- meus sonhos.
Sobre tudo o que vem depois,
deixo pra depois.
Hoje eu quero
o que já está sendo.
(Wendel Valadares)
Um corpo cansado, à deriva.
Completamente entregue
às complacências do tempo
- meu corpo.
Uns olhos inundados de noite,
abandonando expectativas,
renunciando qualquer
promessa de futuro
- meus olhos.
Um desânimo destroçando
coragens, quase maior
que os sonhos
- meus sonhos.
Sobre tudo o que vem depois,
deixo pra depois.
Hoje eu quero
o que já está sendo.
(Wendel Valadares)
domingo, 1 de fevereiro de 2015
QUEM NOS CONSOLARÁ?
"A vida é assim, Senhor?
Desabam mesmo pele do rosto e sonhos?"
(Adélia Prado)
Acaso envelhecer é isso, ver minguando as forças, os sonhos, as esperanças?
E os medos, quando se vão?
Quem nos entenderá? Quem nos consolará?
Haverá descanso para a dor que não é poetizável,
para a dor que não cessa, para a dor que sustenta o mundo?
(Wendel Valadares)
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