quinta-feira, 30 de maio de 2013

ESTOU APRENDENDO

                                       Imagem: © Nima Moghimi

Hoje eu sou uma porção de desistências à beira dessa estrada. Qualquer vento me leva embora.
Hoje o meu amor próprio é aquele "não" que você disse num momento muito delicado da minha vida.
Eu aprendi a me olhar com mais cuidado.
Hoje o meu altruísmo é aquela gentileza que você não agradeceu. Estou sendo gentil comigo, antes de tudo.
Hoje a minha espera é aquela sua ausência, que nunca me socorria nos momentos difíceis.
Estou inaugurando o meu próprio tempo.

Hoje você é aquela dor que eu mando embora, que eu abnego, que eu deixo partir.
Estou me concedendo esse alívio.

Hoje não vou mais sofrer por um amor que eu inventei, cansei de sentir sua falta com você ao meu lado.

Hoje entendo que o sofrimento só deve durar o tempo do aprendizado.

(Wendel Valadares)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

QUANTO TEMPO?



[...] E esse segundo que não passa
dura a eternidade do seu silêncio.
Dizer é apressar o relógio.
Calar é enganar o tempo.

(Wendel Valadares)

TALVEZ...

                                           Imagem: © Dorota Krauze

E se você viesse. 
E a gente quisesse. 
E o tempo parasse. 
E o mundo adormecesse. 
E o medo cessasse. 
E o sonho acordasse. 
E o amor nascesse. 

Talvez a gente fosse, feliz. 

(Wendel Valadares)

domingo, 26 de maio de 2013

PONTO FINAL

                                      Imagem: jean-fan-fotografia

Algumas histórias merecem um "perdão" e junto dele um ponto final.
Recomeçar nem sempre é a melhor alternativa.
Às vezes, a gente só aumenta o sofrimento.

(Wendel Valadares)

PELO MENOS DESSA VEZ...


[...] Eu só espero que você perceba o tamanho dessa distância que nos separa.
Vou ficar mais quieto agora, mais calado, mais reservado.
Você sabe onde me encontrar e sabe que pode contar comigo.

Dessa vez eu preciso não tomar a iniciativa.

(Wendel Valadares)

OLHA PRA MIM



[...] Se fosse pra pedir, eu pediria pra qualquer um.
Eu tô querendo é que você perceba. Me perceba.

(Wendel Valadares)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

ENSAIO PARA UM ADEUS




Vou te deixar.
Mas agora não será como das outras vezes, em que eu fazia aquele estardalhaço todo, gritando, anunciando aos quatro cantos do mundo que eu estava te deixando, exatamente porque eu não queria te deixar. Em todas as outras vezes, o que eu queria na verdade era chamar a sua atenção, queria que você olhasse pra mim, queria um pouco mais de cuidado.

Vou te deixar.
E agora é pra valer. Aprendi que é aos poucos que se vai embora da vida de alguém. E nós já fomos embora um do outro a muito tempo. Estamos aqui representado, encenando um laço que já foi desfeito, um afeto que não é recíproco, um gesto que não acontece - nunca.

Vou te deixar.
Sou sincero o suficiente para dizer que já não dói tanto assim imaginar o amanhã sem você. Confesso que já doeu demais, já me senti esmagado pela dor simplesmente por pensar quem algum dia você não estivesse por perto. Mas eu estive sozinho durante todo esse tempo. Todos os dias pela manhã, ao me desejar um bom dia, era a sua ausência que sorria pra mim, você nunca estava inteira, você nunca era.

Vou te deixar.
Estou buscando um caminho diferente. Pretendo caminhar sozinho por um tempo, prestar mais atenção em mim e redescobrir verdades que estavam soterradas pela ilusão desse nosso (falso) amor.

Vou te deixar.
Não pense que é fácil, que é simples, claro que não é. Mas eu fui te deixando gradativamente, cada vez que eu te buscava e não encontrava, mesmo quando estava deitada ao meu lado.

Esse ensaio é só pra eu entender que vou te deixar, que estou te deixando, estou deixando - ir.
É só pra dizer adeus - pra mim!

(Wendel Valadares)

segunda-feira, 20 de maio de 2013


[...] Podia ter morrido de amor, mas tive medo.
Agora fico aqui, morrendo por qualquer palavra que você não diz.
Por qualquer carinho que você não faz.

(Wendel Valadares)
Dar conselhos é a especialidade de gente que não sabe emprestar o ombro, estender a mão, ofertar o colo, de gente que são sabe acolher.

É muito mais fácil oferecer palavras do que presença.

(Wendel Valadares)

domingo, 19 de maio de 2013


[...] Porque se você estivesse aqui, agora, nós estaríamos amanhe(sendo).

(Wendel Valadares)

[...] Você se distanciou, calada, discreta, foi me deixando aos poucos, me abandonado um dia por vez, diluindo a dor em pequenas parcelas de adeuses silenciosos.
Eu fiquei plantando esperanças, cultivando lembranças, colhendo vazios.

Com dor ou sem dor o tempo passa.

Quando enfim, você veio me dizer adeus, eu já havia te deixado ir embora.
Eu disse o adeus que você engoliu [...]

(Wendel Valadares)

AS CARTAS QUE EU NÃO MANDO




Oi. Você está aí, do outro lado? Queria lhe pedir um pouquinho de atenção.
Pedir um pouco do seu tempo, pedir que se ocupe destas palavras que o meu coração resolveu improvisar.
Precisei escrever pra dizer que hoje estou um pouco mais sensível, sentindo tudo por mais tempo, com mais força, com mais intensidade.
Queria lhe contar sobre a minha saudade. Pode me ouvir? Ou melhor, pode me sentir?
É que hoje estou me sentindo meio abandonado, meio sozinho. Sabe aqueles dias em que a gente se sente deslocado do mundo, pois é, hoje eu estou assim, distante de tudo, de mim principalmente. Não é que eu esteja de todo sozinho, tem um monte de gente perto de mim o tempo todo, não é isso. Mas, quero lhe dizer dessa solidão que a gente sente, mesmo estando cercado de pessoas, uma certa solidão acompanhada. Então, é assim que eu estou me sentido.
Precisei lhe escrever porque imaginei que me desmanchando nas palavras, talvez eu encurtasse essa distância que nos leva embora um do outro. Talvez eu te trouxesse de volta. Talvez.
Caminhamos tanto tempo na mesma estrada e justo agora, resolvemos pegar um desvio. Ou foi o desvio que nos pegou? Não há como saber. O que sei é que nos perdemos no meio do caminho e o tempo (ou a falta dele) tem apagado nossos passos. Não é mais possível voltar.
Não é mais possível voltar. Dizer isso quase sangra meu coração. Está tudo apertado aqui dentro.
Aí também está?
Estou sentindo essa distância com muito mais atenção agora, com muito mais cuidado. Aquele cuidado que faltou, quando ainda caminhávamos juntos. Aquele cuidado que pareceu tão insignificante, mas que teria feito toda a diferença. (Teria?)
Não sei. E não quero pensar nas possibilidades perdidas. Imaginar o talvez só causa mais dor, só aumenta a distância.
Precisei lhe escrever pra dizer que estou sensível, mas que estou pensando no agora e em tudo que isso implica: estamos longe demais.
Será que é possível recomeçar? Será que estamos dispostos a recomeçar? Será que saberemos recomeçar?
Essa estrada nos levou embora e agora só as palavras nos aproximam.
Precisei escrever pra dizer que sinto sua falta. Me escreva também, se você sentir a minha falta. Se você se sentir só. Me escreva, caso você queira voltar. Caso você queira que eu volte.
Me escreva, pra eu saber de você. Pra eu te sentir um pouquinho mais perto.
Me escreva qualquer coisa, pra eu não me sentir assim tão só.

Mas por favor, ou melhor, pelo amor de Deus, poste a carta nos correios. Não faça como eu, que estou guardando esta carta numa caixa antiga, cheia de outras cartas que eu nunca enviei, que eu nunca tive coragem de enviar.

Com afeto e com saudades,

Wendel Valadares.


Ao som de Leoni: "As cartas que eu não mando"


quinta-feira, 16 de maio de 2013

DA SÉRIE: EU QUERIA QUE VOCÊ ESTIVESSE AQUI

                                     Imagem: © Михалюк Сергей

Você é o meu abandono mais dolor(ido).

(Wendel Valadares)

terça-feira, 14 de maio de 2013

[...] É que eu sou muito vulnerável, e por isso, pareço bipolar, fico triste e alegre alternadamente, o tempo todo. Qualquer gesto, por mais simples que seja, me deixa imensamente feliz, na mesma medida em que qualquer desafeto me desmorona inteiro. Sou sensível demais e pra mim não existe nada pequeno. Tudo é enorme, tudo é muito. Eu sou um exagero.

(Wendel Valadares)

quinta-feira, 9 de maio de 2013


[...] Porque quando tudo parece não ter mais sentido algum, alguém se lembra, alguém se importa. E de repente, sou salvo do esquecimento.

(Wendel Valadares)

DISTÂNCIA ---> SAUDADE ---> LEMBRANÇA ---> NADA!

É assim que algumas histórias terminam. Lamentável - ou não!

(Wendel Valadares)