terça-feira, 30 de abril de 2013

Hoje eu só queria que as pessoas que eu amo estivessem um pouco mais perto. Por mais tempo.

(Wendel Valadares)

domingo, 28 de abril de 2013

ACASO



Simples. É assim que eu sei acontecer. É assim que eu sei absorver a essência de tudo que me cerca.
É assim que eu sei me doar a tudo que necessita da minha contribuição - pequena.
Desaprendo as falas arrumadas, os argumentos milimetricamente planejados. 
Para que eu seja (e eu preciso ser) necessito me despir de toda e qualquer concepção,
fórmula, teoria, manual, regra ou instrução, qualquer coisa que não me permita errar. 
Eu sou um acaso de possibilidades, imprevisível, variante e também intuitivo, assertivo.
Mas preciso me saber pequeno, finito, improvável, indefinido. Preciso me saber possível. 
Há um leque de possibilidades a minha frente e eu escolho todas.

Aprendo com meus erros. E espero errar sempre.

(Wendel Valadares)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

PARA A MINHA PEQUENA CELINA

"Perto estás, se dentro estás". (Presença - Com. Shalom)

Oi Pequena Celina. Hoje a saudade doeu um pouco mais. Revisitei meus guardados e encontrei algumas cartas que você me escreveu. Que tempo mais lindo aquele nosso, não é mesmo? Que saudade linda!!!

Sabe Pequena Celina, estou precisando daquelas nossas conversas que duravam a madrugada inteira. Conversas cheias de mística, de essência, de afetos, de amizade. 
Senti falta do seu abraço, dos nossos risos simples, da nossa cumplicidade. Senti falta de escrever pra você e de receber suas cartas, tão cheias de respeito e bem querência.

Hoje me lembrei também da nossa Teresinha! Ah, que saudade é essa Pequena Celina. E sei que ela aperta ainda mais o seu coração.

O tempo tem nos roubado de nós, não é mesmo? 

A quanto tempo não nos vemos? Quase um ano!!! Meu Deus, como deixamos essa distância aumentar tanto?! 

Sabe Pequena Celina, precisamos cuidar mais um do outro. Não podemos nos distanciar assim, sabe por que? Porque a nossa amizade foi firmada em Deus. 

O que me deixa mais feliz, Pequena Celina, é que embora passemos tanto tempo sem nos vermos, quando nos encontramos o assunto flui, como se nunca tivéssemos nos afastado.

Vem me ver. Vem passar uns dias aqui comigo. Vem, pra eu cuidar de você, assim como lhe prometi.

Hoje você é a minha saudade mais bonita.

Amo-te.

Te espero.

Com afeto.

(Wendel Valadares)

terça-feira, 23 de abril de 2013

PARA A FLOR DO NORTE DE MINAS


                                          Imagem: © Наталья Ова4

Sabe Flor, esses dias têm sido de uma secura danada - aqui dentro.
Dias de poucos afetos. 
Tenho experimentado o vazio de uma ingratidão e isso tem mexido muito comigo. 
Que bom que te sei aí do outro lado, me ouvindo, prestando atenção em mim. 
Cuidando com seu carinho de flor, seu jeitinho mineiro, tão parecido com o meu.

Sabe aquelas bestagens que a gente tem, de ficar dando importância
a essas coisas pequenas, essas coisas que machucam a gente e ninguém imagina.
Pois é flor, tem doído um pouquinho aqui. Mas eu estou seguindo em frente.
Experimentar tua amizade é como achar um oásis no meio do deserto.
No meio do deserto em Minas Gerais então, é quase o céu.

Sabe Flor, eu tenho uma saudade imensa do teu abraço. Da tua presença.
 Pra gente sentar no terreiro e ficar conversando por horas e horas, aquela prosa só nossa.
Tenho tanta saudade disso, que de vez em quando dói. Uma dor bonita, sabe?!

Flor, eu só quero dizer que tem um abraço enorme guardado pra você.
 Um abraço cheio de carinho. Cheio de amizade. Cheio de poesia. 

Espero que essas estradas não aumentem nossas distâncias. Não adiem nosso abraço. 
Não desgastem nosso afeto.

Um beijo Flor do Norte de Minas.


(Wendel Valadares)

"Sabendo que você está aí, meu mundo fica em ordem." (Lya Luft)



SABE DEUS



Sabe Deus, eu queria fazer um pedido.
Nem sei se isto é uma oração, mas é assim que eu sei rezar.

Pode ficar tranquilo Deus, num é nada muito difícil não,
eu não quero tomar muito o seu tempo,
afinal de contas, o Senhor já tem que cuidar de tanta gente.

Sabe Deus, não quero pedir dinheiro, nem o emprego dos sonhos,
nem carro novo, nem casa, nem ganhar na loteria,
nem pro meu time de futebol ser campeão.
Não quero pedir pra passar de ano,
pra pagar as contas, pra viajar,
ou pra me dar bem na vida, nada disso.

Sabe Deus, eu quero pedir só uma coisinha:

Que o Senhor nunca me deixe esquecer
de agradecer as pessoas que me fazem bem.
As pessoas que me amam, que cuidam de mim,
mesmo de longe. Agradecer por cada gesto,
por menor e mais simples que seja.

Só isso Deus. Ah, peraí!

Que o Senhor não me deixe esquecer de lhe agradecer também, viu?!

Amém.

E obrigado Deus.


(Wendel Valadares)

domingo, 21 de abril de 2013

O QUE DÓI EM MIM

                                   
Dói bordar delicadezas para acordar os dias e ser surpreendido pela aspereza das pessoas.
Dói acordar acreditando na força transformadora de um afeto e ser desacreditado pelo ceticismo de gente cinza.
Dói semear palavras bonitas e colher silêncios egoístas. Às vezes, não colher nada.
Dói ofertar um abraço bonito e o outro não abrir os braços.
Dói enfeitar um sorriso e o outro lhe virar as costas.
Dói quando descreditam na pureza do meu bem querer. Quando corrompem os meus propósitos. Quando maculam minhas intenções.
Dói não poder ser simples. Não poder ser pequeno. Não poder ser puro. Não poder ser verdadeiro.
Dói perceber malícias se apoderando das minhas palavras mais inocentes.

Dói, dói mesmo. Dói muito. Porque embora nada seja feito para se ter recompensa, espera-se no mínimo que haja acolhimento, reciprocidade, gratidão.

Dói, não ouvir um obrigado de vez em quando.

Está doendo hoje.

Espero que não passe. Espero não desaprender.

(Wendel Valadares)

Ao som de Roberta Campos: Quando se lembrar de mim

sexta-feira, 19 de abril de 2013

DECIDIDO


Vamos combinar assim:

Eu continuo morando no seu desprezo e você passa a morar no meu esquecimento.
Sem ressentimentos.

(Wendel Valadares)

Faz um favor: me tira da sua memória!!!

Me guarda no seu coração de uma vez por todas!

(Wendel Valadares)

quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

ABANDONO



Há um abandono (de)morando nas minhas mãos e eu não sei o que fazer com ele.
Insisto em carregá-lo por mais tempo e sinto algumas possibilidades escorrendo por entre meus dedos. Estou apegado a esse desapego. Grudado, incrustado, conectado nesse vão de adeuses, de despedidas que eu não sei - nem quero -  fazer.
Qualquer tempo a mais é pouco e muito também, e eu me divido entre estar e deixar ficar.

Quando se deixa ir, quem é que vai? O outro ou eu? E quando se fica, o que é que fica?

Qualquer desapego me pega. Me mata aos poucos. Me dói. E me salva. De mim. De tudo.

(Wendel Valadares)

LONGE





E se eu estou distante de você, é porque estou distante de mim.
Não sei ser de ninguém sem antes ser todo meu.

(Wendel Valadares)

domingo, 14 de abril de 2013

ABISSAL



Sensível. Longe de qualquer expectativa, distante de muitas certezas. Um pouco dormente. Um tanto desiludido. Cansado. Por dentro e por fora.
Enquanto as palavras passam fluídas por mim, eu me demoro um pouco mais nessa distância.
Me sinto grato com algumas delicadezas que insistem em me fazer afagos - no peito e na alma - mas agora não sei retribuí-las, é que esse aperto ainda não se resolveu e me faz refém de qualquer esperança - mínima.
Meus discursos soam todos melancólicos, mas não há cólicas na intenção que habita as entrelinhas, só um desejo de não ser mais um, de não ser tão pequeno assim, nem tão grande.
Estou sentido muito e por mais tempo. Tudo que me cerca, agora me habita. Talvez hajam "eus" demais em mim. Qual deles precisa de atenção e cuidados?
Quando fico assim, qualquer dor é umbilical - a minha e a dos outros. Tudo é enorme. Tudo é demais.
Estou alternando entre respirar e não respirar, abrir e fechar os olhos, pulsar e não pulsar, mas não há pausas no meu sentimento.
Estou olhando pra dentro. Enxergando grandezas que estavam escondidas nas esquinas de mim.
Vez em quando eu avisto uma paisagem bonita, que eu nem lembrava mais que existia.
Estou me amando um pouco mais. Muito mais. Por dentro.
Sensível. Perto de um afeto bem maior que eu. Eu sou a cura pra mim.

(Wendel Valadares)




Eu só queria pintar um amor-cor-de-céu, pra eu poder voar sem limites, sem medo do fim.

(Wendel Valadares)



Da minha saudade, você só sabe a parte que eu conto,
mas a parte que eu sinto é que me parte.

(Wendel Valadares)

sábado, 6 de abril de 2013

SOLSTÍCIO


                                  Foto: Wendel Valadares

No fim de céu,
A tarde azul.
E sobre a tela viva
Pinceladas de nuvens.
No sudeste,
O vento sul
A brisa abranda,
A amena brisa,
Brinda. Brinca.
Em abril
As águas de março
Abrem o outono.

(O sol brilha só de teimosia)

[Wendel Valadares]

Ao som de Bruna Caram: "Fim de Tarde"

sexta-feira, 5 de abril de 2013


De mim já fui embora várias vezes. Você é que eu não sei abandonar.

(Wendel Valadares)