terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

UM (QUASE) AMOR DE VERDADE


E de repente eu fiquei pequeno,
do tamanho de uma presença
que não soube acontecer
- nunca soube.
Essa espera por alguém - que não vem -
me causou uma angústia ressentida
e eu fiquei sentindo essa distância,
colhendo nãos numa estrada de possibilidades.

Morei tanto tempo perto de um talvez
que desaprendi a conviver com as certezas.
Até ensaiei uma fala bonita,
no caso de um amor dolorido.Em vão.
Essa cortina de carências
só escondia um não-amor.

(Wendel Valadares)


7 comentários:

  1. "(...)Morei tanto tempo perto de um talvez
    que desaprendi a conviver com as certezas(...)"

    Assim? Tudo tão lindo, tão profundo e melancólico?! Me emocionei!
    Impossível não se deixar tocar pelas suas palavras! Impossível!

    Beijos, poeta!

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  2. Pelo coração correm tantas possibilidades. Há um misto de sensações, colhidas pela peregrinação solene pelos cantos da vida. O fitar pelo amor, pela dádiva sutil do mais fidedigno amor. Pela graça que dificilmente se mostra e pouca consta no caminho. O talvez é sempre dolorido. E os nãos, feridas...

    Belíssima poesia Wendel!!

    Abraço!

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  3. Uma vez cheguei à me acostumar com o talvez, esperei muito, não cheguei à conhecer o sim. Mais no fundo só queria um não pra me libertar.

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  4. Um não quase sempre nos salva, não é mesmo?

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  5. que belas palavras,é uma das dadivas mais sutis ,em relaçao ao amor.poeta

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  6. Poesia linda! Palavras que embalam e conseguem levar para longe...

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