segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

CONTA PRA MIM



Conta pra mim as suas dores.
Fala pra mim sobre o seu coração, como ele está, o que têm doído ai dentro, o que o tem deixado tão pequenininho.
Fala pra mim das tuas saudades, das pessoas importantes que foram embora da sua vida.
Me conta sobre os seus medos, aqueles mais bobos, que ninguém dá importância. 
Me fala sobre o seu medo de não conseguir ser feliz.
Conta pra mim o porque dessa angústia, dessa aflição tão cotidiana. 
Tanta gente pergunta como você está e a sua resposta é sempre a mesma: "estou bem".
Me diz tudo o que você esconde por trás dessa frase pronta, dessa armadura em forma de palavra. 
Conversa comigo. Me diz tudo aquilo que você têm vontade de dizer, mas não sabe pra quem, ou não tem coragem, ou não quer dizer pra qualquer pessoa. 
Fala pra mim do seu medo de não ser compreendido. De ser julgado. De ser mal interpretado.
Conta pra mim as suas dores.
Conta como o seu coração bate acelerado quando você pensa numa certa pessoa
E me conta também como essa pessoa te ignora, te despreza, te dá pouca importância.
Me diz o quanto você se sente impotente diante de algumas situações. 
Por que você não consegue desistir de algumas pessoas e algumas coisas. 
Por que você tem que insistir, apesar de tudo.
Fala pra mim porque você ainda está aqui. 
Conta pra mim as suas dores.
Aquilo que você tem guardado a sete chaves, mas que já não pode mais.
Aquilo que tem lhe tirado o sono, lhe sufocado, lhe deixado inquieto, pequeno.

Talvez eu não saiba te aconselhar, eu não saiba o que dizer, o que fazer, 
mas conta pra mim as suas dores que hoje eu estou aqui para lhe ouvir.
Nada mais importa a não ser estar ao seu lado.
Deixa eu prestar atenção em você, nas suas palavras, nos seus olhos,
nos seus gestos.
Deixa eu saber de você, deixa eu lhe oferecer a minha mão,
o meu ombro, o meu colo.
E, quem sabe, qualquer dia desses, eu  conte pra você as minhas dores.

(Wendel Valadares)



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