sábado, 10 de novembro de 2012

Resquício





Faz tão pouco tempo que você partiu,
que eu ainda posso ouvir os teus passos pesados,
caminhando pela casa sem o menor receio de me acordar,
mas agora você já está longe.
Nessa progressão de vozes e palavras esculpidas num poema
Desejando sê-las no entre(laço) das mãos. 
E foi tão rápido e durou tanto tempo dentro de mim,
como agora quando você me lê, entre versos e prosas soltas;
Onde qualquer canto aproxima nossos nomes,
Um beiral de lírios musicando o sopro; 
que eu ainda estou tentando entender onde tudo começou,
mas você já me deu um ponto final.
E vi retroceder pétala por pétala aquilo que poderia ser, e não foi.
Era tudo tão bonito,
que eu ainda me pergunto se era realmente Amor o que eu sentia.
Esse veraneio em que te apercebi dentro dos meus horizontes,
E por toda doçura que me enfeitei dentro de ti.
Uma rede de balanço em que nossos olhos minguavam, na margem que ficou,
A diluir esse rio de nós – ainda que seja um renome em Poesia bruta;
Um ontem, não havido, onde você retribuía o carinho,
o toque, o Amor sem querer - de fato estar.
Como onda desancorada que um dia desejou ser.
O mundo acabou e fiquei só,
Remoendo essa lembrança
que já não sei dizer se é saudade ou carência;
tentando inutilmente explicar você pra mim
E com remorsos de não saber me explicar pra você.

(Fernanda Fraga* & Wendel Valadares )

Fernanda Fraga, poetisa mineira, de Montes Claros que encanta com seus versos carregados de sentimentos e verdades... Conheça mais no blog: http://mefaltaumpedacoteu.blogspot.com.br/

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