sábado, 29 de setembro de 2012
As relações afetivas necessitam de cuidados cotidianos, mimos, pequenos e sinceros gestos de carinho. A gente fala: -Oi, tudo bem? Quer ser meu amigo? Mas não cuida, não zela, não preza. É certo que o tempo cicatriza as feridas, mas pro afeto se fortalecer a melhor maneira já inventada continua sendo a RECIPROCIDADE. A gente tem que pensar um pouquinho no outro e fazer alguma coisa para que ele saiba que bem vindo, que é agradável, que é querido. Caso contrário, o tempo vai se encarregar de cicatrizar mais uma ferida: a falta de afeto.
(Wendel Valadares)
Um dos maiores privilégios da vida é poder conhecer e conviver com pessoas do bem, pessoas sensíveis, que plantam gentilezas e amaciam a dureza do cotidiano.Numa terça-feira cinza, quente, estressante, em que você só espera o final do dia, você abre o seu e-mail, olha seu celular, vê o seu mural no facebook ou vai até a sua caixa de correio e descobre uma mensagem inusitada de alguém que, também o
cupado, parou o que estava fazendo pra dedicar um pouquinho to seu tempo tão escasso só pra lhe dizer que você é importante, que você é especial, lhe desejar um bom dia, uma boa semana. É um privilégio conviver com gente que planta e cultiva o afeto.Minha oração de hoje é que Deus abençoe duplamente essas pessoas que espalham sutilezas pelo caminho. Que os sensíveis sejam protegidos.
- Wendel Valadares -
Foto: Juliana Criveletto
Posso desabafar?
- Acho ridículo aquele ditado que diz que 'pra ser valorizado a gente precisa desprezar o outro'. Não concordo, não aceito, não acho justo desprezar uma pessoa que se ama para que ela te enxergue, te valorize. Amor pra mim tem outra frequência. Eu amo o que o outro é pra mim, não o que ele pode me oferecer, me retribuir, me gratificar. Eu amo o que a essência do outro produz em mim, não se ele vai responder, agradecer ou até mesmo me fazer uma surpresa, não há espaços para interesse no amor. Não no amor puro!
Eu tenho todos os motivos do mundo para não te amar, mas eu te amo.
Acho que é isso!
(Wendel Valadares)
domingo, 23 de setembro de 2012
Sentimento
Quero minha avó,
encardir as unhas de poeira,
tomar banho na bacia,
esfregar os pés com a escova dura
e ir deitar sem vontade de dormir.
Quero minha avó,
levantar antes do sol,
esquentar as mãos no fogão de lenha,
ajudar a varrer o terreiro
e ir buscar água no córrego
trazendo a lata na cabeça.
Quero minha avó,
torrar café e passar no moedor,
debulhar milho até calejar as mãos
E capinar o mato do terreiro da sala.
Quero minha avó,
a gente sentado junto
na porta da cozinha
tomando café e escutando
estória de assombração.
Quero minha avó,
fazer surpresa no aniversário dela
com um pedaço de retalho
pra ela fazer uma saia ou um vestido.
Quero minha avó,
esfregar as panelas até dar brilho,
passar cera no chão amarelo
e vê-la fazendo bico nos forrinhos da prateleira.
Quero minha avó,
ela sem paciência brigando com a gente
mas morrendo de tristeza quando a gente ia embora.
Quero minha avó.
(Wendel Valadares)
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