sexta-feira, 17 de agosto de 2012


Hoje gosto menos de você do que gostava ontem, amanhã vou gostar menos do que te gosto hoje e assim vai acontecendo, as expectativas vão dando lugar ao que é certo, ao que é sólido. Desculpa, mas com o tempo a gente aprende muita coisa. Deixar de ser bobo é uma delas.

(Wendel Valadares)

Sigo mais contente, mais resolvido, mais firme. Inaugurando novas fases, novas frases, novos sonhos. Hoje eu brindo a alegria que é ser EU. Um brinde a quem me tem. E quando eu digo que sou minha melhor companhia não é pra mostrar pra ninguém o que está perdendo, é pra mostrar pra mim o que eu estava perdendo. Hoje eu gosto mais de mim porque descobri que sou insuportavelmente incrível e só pessoas incríveis conseguem vibrar na mesma frequência. 

(Wendel Valadares)




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sem justificativas

Não há porque esperar as palavras
De quem quer ser silencio.
Não há porque esperar o silêncio
De quem não sabe calar.
Não há porque esperar o olhar
De quem não tem tato.
Não há porque esperar o inusitado
De quem é sistematicamente previsível.
Não há porque esperar a poesia
De quem não sabe fechar os olhos.
Não há porque esperar a lembrança
De quem não tem uma grande saudade.
Não há porque esperar o amor
De quem não aprendeu a dor.
 Não há porque esperar a exuberância
De quem não sabe ser simples.
Não há porque para o porque,
O problema é que a gente
Inventa justificativa pra tudo.

Hoje, agora, já,
De uma maneira nova
Eu quero justificar a minha felicidade:
Não há porque não ser feliz agora,
Não há porque me guardar pra depois,
Não há porque não sorrir demasiadamente,
Não há porque me entregar a esta tristeza,
Não há porque não superar.

Tudo é uma questão de encaixar o porque no contexto exato!

(Wendel Valadares)


domingo, 5 de agosto de 2012

Com leveza

Sigo hoje com uma carga mais leve,
Com menos expectativas nas pessoas,
Menos ênfase nas coisas passageiras,
Menos sonhos irrealizáveis,
Menos necessidades supérfluas,
Menos assuntos desnecessários,
Menos dramas, menos carências,
Menos vazios.
Porém essa leveza que aprendi a cultivar
me acrescenta muito mais coisas,
Mais sabedoria,
Mais respeito comigo,
Mas entendimento,
Mais aceitação aos meu limites,
Mais amor próprio,
Mais autoconfiança,
Mais simplicidade.

Talvez eu até esteja mais sozinho,
porém eu estou mais comigo,
mais perto de mim,
em contato com a minha essência
E, se for para atrair alguém
Que seja com naturalidade
E leveza, porque
já estou desacostumado
a carregar pesos.
Me fiz leve feito o vento
E quem quiser ir comigo
Tem que aprender a voar...

(Wendel Valadares)



Das esperas necessárias


O que eu desejo afinal,
É não ser concluído antes do tempo.
Há uma espera necessária em cada ciclo,
Em cada estação, em cada renovação.
O amanhecer que diuturnamente
Sobrepõe a escuridão
Também passa pela demora das horas.
Há um momento oportuno para cada florir,
As flores do inverno se escondem na primavera
E isso não as diminui em essência e beleza.
A carta que porta a notícia – boa ou ruim –
Passa silenciosamente pelo tempo da viagem,
Sem perder o sentido e o sentimento contido.
O que eu desejo afinal,
É não ser interrompido nesse ciclo
De transformação indispensável
Em que me encontro.
Venha comigo, se quiser, mas não me peça
Pra parar, pra diminuir o passo,
Pra desistir do caminho.
Preciso chegar em mim, e como sou
Um labirinto indecifrável,
Tudo o que tenho agora pra me guiar
É essa voz que me diz: Vai
E essa luz que me diz: Vem.
Vamos juntos?!

(Wendel Valadares)



No tempo certo


Há algum tempo vinha me sentindo sufocado, meio preso, encarcerado num emaranhado de confusões e correrias e compromissos, me forçando a encontrar uma solução rápida para cada novo problema que aparecia. Agia assim, porque me sentia obrigado, no dever de transmitir às pessoas que tudo era resolvível, que tudo era simples, que era só uma questão de esforço. E dessa maneira, além de enganar as pessoas, passar uma falsa imagem, uma falsa verdade eu estava me enganando, me passando pra trás, me iludindo com uma verdade absoluta que hora ou outra ia cair por terra e me decepcionar de uma maneira insuportavelmente dolorosa.
Os problemas, os conflitos, as emboscadas da vida são inevitáveis, vão aparecer o tempo todo durante a caminhada e, mal resolvemos um problema, outro maior salta a nossa frente e por hora parece nos engolir. Mas não temos a obrigação de ter todas as respostas, não somos super-heróis e nem temos uma varinha mágica que resolve tudo num simples toque.  Parece redundante, mas somos humanos, somos frágeis, somos vulneráveis e foi preciso repetir muitas vezes essas palavras para que eu pudesse entender que nem todos os problemas têm solução imediata e que não adianta apenas ignorá-lo, com a intenção de que ele se resolva sozinho, porque isso não vai acontecer. É preciso dar tempo também aos problemas.
Tive que me recolher, voltar pra mim, olhar pra dentro, enxergar quem eu sou e o que me compõem. Tive que me conhecer e saber me distinguir do problema que por hora habita em mim. Deixar o joio crescer junto com trigo, é essa a essência. Se tentarmos arrancar o joio antes do tempo, corremos o risco de matar também o trigo, é preciso esperar o tempo exato da colheita, da madureza e só então separar o trigo do joio.
Hoje a minha essência é esperar. Não uma espera estagnada, que aguarda de braços cruzados as soluções, mas ao contrário, uma sábia espera, que não se desespera por qualquer problema, que continua dando passos, fraquejando, acertando, mas acima de tudo, me conhecendo, sabendo cada vez mais quem sou eu e quais são os meus propósitos.
Hoje eu me perdoo por todas as falhas que cometi ao longo da caminhada e fito os meus olhos no presente, meu futuro é agora, colhendo os gostos que Agosto tem deixado.
Amanhã é talvez, é possibilidade, hoje eu amo e digo que amo e confiantemente eu me amo.

(Wendel Valadares)