sábado, 18 de fevereiro de 2012

Poema de gente simples

Com todo o respeito e admiração, peço permissão a Carlos Drummond de Andrade e a Adélia Prado para o meu poema acontecer, inspirado em "Poema de Sete Faces" e "Com licença poética".


Poema de gente simples


Quando nasci um anjo alegre,
Desses que cantarolam nas nuvens
Disse: Vai escrever poesia.
Coisa já esquecida nesses dias mornos.
Oficio de gente culta, graduada,
Tentaram criar regras e domesticar a escrita.
Eu não, pulei cerca e dancei na chuva,
Comi manga verde e tomei leite,
Nem de morte eu lembrei.
Dei risada até doer a barriga
E contei causo de assombração só pra fazer medo.
Minha obrigação é de ser feliz.
Escrevo sem fazer uso dos bons termos,
Palavras difíceis não cabem na minha boca.
Aceito de bom grado as rejeições,
Ser simples não é pra qualquer um.
Tem gente pagando pra ficar cego;
Eu não. Eu vejo até de olhos fechados.

(Wendel Valadares)

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