domingo, 29 de janeiro de 2012

Tomara...


Tomara... tomara mesmo que a felicidade seja verdadeira e que as palavras sejam sinceras... e que as dores que nos são impostas nos sirvam de motivação...


Tomara que a gente seja mais gente, tomara que quando houver dor que ela nos ensine, tomara ainda que eu não perca a sensibilidade diante da insensibilidade humana....


Tomara... Tomara que eu saiba ser eu do jeito que eu sou... Tomara que as minhas verdades não sejam mentiras... Tomara que as cores do arco-íris não se acinzentem... Tomara que a brisa não deixe de soprar...


Tomara que eu saiba dançar na chuva quando ela insistir em cair, que eu saiba aproveitar o sol quando ele estiver brilhando, tomara que eu deixe nos outros o melhor de mim, tomara que a vida continue a arder em mim e tomara que se as cores do arco-íris se acinzentarem que eu saiba, que são as cores "acinzentadas" que darão os contornos e acabamentos na pintura do quadro daquilo que sou...


Tomara que a água seja sempre cristalina, tomara que o mar não perca sua incompletude, tomara que as estrelas sempre brilhem, tomara que a família seja sempre abrigo seguro, tomara que os amigos sejam sempre irmãos, tomara que os amores sejam eternos, tomara que os meus olhos sempre brilhem diante do espetáculo da vida, tomara que as crianças sejam sempre puras e que as mães sejam protetoras...


Tomara que os nossos tomaras não sejam só utopia...


...e tomara que pra isso sonhemos o que tem que ser sonhado, façamos o que tem que ser feito,vivamos o que tem que ser vivido,a vida nos chama é pra viver lá fora..


(Karla Daniele Silva Borges & Wendel Valadares - Parceria de improviso)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Deixa o amor te envolver

Se o tempo tem roubado sua chance de viver
Aprisionando os teus sonhos e sufocando o teu querer
Se a vida muitas vezes parece não valer nada
E o desejo de ir embora sobrepõe o de chegada

Se as nuvens acobertam o puro azul do céu
E as sombras tentam ofuscar o brilho do sol
Se a solidão endureceu teu coração
E os teus olhos se perderam na escuridão

Se a dor da derrota tenta te desanimar
E o teu coração se fecha, sem desejo de amar
Se os caminhos te confundem e não vês a direção
E tua fé se enfraquece, já nem lembras da oração  

Desperta pra ti mesmo e olha ao teu redor
Hoje o sol nasceu só pra te iluminar
E o vento sopra aos teus ouvidos a melodia do viver
Põe um sorriso novo no rosto
E deixa o amor te envolver

Deixa o amor te encontrar, deixa o amor te envolver.
E vai ser feliz...


(Wendel Valadares)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Carta Inútil

Não há porque escrever esta carta, ela é inútil. Desperdiço meu tempo elaborando palavras e fazendo concordâncias sem nenhuma finalidade. Tolo delírio, mero devaneio.
Por que escrever afinal, se não há utilidade, objetivo, interesse ou compromisso. Pra que jogar fora tantas palavras nesta página em branco. Vai-se o tempo dedicado e a memória consultada, corre a hora sempre na mesma toada, e as palavras vão surgindo sem significar nada.  O que acrescenta a alguém ler o que aqui está escrito, não vejo sentido e muito menos faço o convite.
Ora, eu quis escrever, e o estou fazendo, sou obediente ao desejo que se me incita e assim me move.
Se tiver algo a fazer, não perca seu tempo lendo essas palavras que se encaixam, mas que nada representam, simplesmente aqui estão pelo simples fato de aqui estar. Quanta redundância e até mesmo discrepância do que aqui eu quis fazer e ora digo sem assunto que o assunto não existe.
Mas há tantos nadas por aí, que somos obrigados a engolir, que por autossuficiência e até mesmo por orgulho preferi digerir o meu nada, do meu jeito e com as minhas palavras. Um nada meu, só pra mim, que em nada vai me modificar e assim da mesma maneira que comecei vou terminar, dizendo pra mim mesmo e pra quem quer que seja que não há porque escrever esta carta, ela é inútil.
(Wendel Valadares)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Soneto Apaixonado

Eu te amo, tu bem sabes
E eu falo a verdade
Quando digo que te adoro
E te quero para sempre

Eu te espero confiante
E eu sei ser paciente
Quando o tempo demorar
Em trazer você pra mim

Eu te ouço nos detalhes
E eu vejo teu sorriso
Que traduz a tua essência

Eu te falo no olhar
E eu me mostro como sou
Pra fazer você feliz

(Wendel Valadares)

Eu sou eu

Quem pode dizer, afinal
Que tem a receita da felicidade,
Que sabe enxergar a verdade
E que vive imune a maldade?
Não há!
Não existe bula, não deixaram instrução,
E nunca houve um padrão!
Quem dita às regras então
Dessa vida sem limite tão limitada?
São os fracos!
São esses que precisam de alguém ou alguma coisa
Que os encaminhe para o que quer que seja
E quem me dera que fosse para o raio que os parta
Acham que são modelos, padrões, espelhos;
Compram sorrisos e vendem falsidade
E tentam disfarçar de cores uma vida acinzentada
Não precisamos de quem nos leve,
Precisamos ir!
Não precisamos de quem nos mostre,
Precisamos ver!
Não precisamos de quem nos diga,
Precisamos sentir!
Não somos apenas mais um no meio da multidão
Somos um no meio do mundo
E o mundo tem a cara que a gente mostra!

(Wendel Valadares)

Ninguém

Não é que eu não tenha ninguém,
Eu tenho!
Não é que eu não queira ninguém,
Eu quero!
Não é que eu não espere ninguém,
Eu espero!
Não é que eu não ouça ninguém,
Eu ouço!
Não é que eu não fale com ninguém,
Eu falo!
Não é que eu não ame ninguém,
Eu amo!
Não é que eu não possa contar com ninguém,
Eu posso!
Não é que ninguém venha me visitar,
Ele sempre vem!
E é ninguém que eu tenho que eu quero e que eu espero. É ninguém que eu ouço e é com ele que eu falo. Eu amo ninguém e conto apenas com ninguém, porque todos os dias ninguém vem me visitar e no fim das contas, eu não pertenço a ninguém.
(Wendel Valadares)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Sensações

Gosto de escrever
Me sinto gente, vivo!
Mas muitas vezes não sei passar para o papel
Aquilo que sinto e que se move em mim
Talvez seja um desejo que se mistura a uma frustração
Uma saudade que não se move para o encontro
Um sonho que não é sonhado
Uma luz muito escura ou um escuro muito claro
Que confusão é essa afinal
Que não aparenta solução
E que mostra um fim sem fim
Como que uma coragem covarde
Um grito silencioso que diz mais que as palavras
São sensações que me alentam
E me fazem perceber que estou vivo
Longe de qualquer compreensão
Fugindo de todo padrão
Querendo ser um só, sem ser só um
Querendo ser gente que sente
E que sabe ser feliz

(Wendel Valadares)

Carta que diz sem dizer

Por vezes me flagrei refletindo sobre a essência da amizade. Palavras ditas, frases feitas, que ilustram esse sentimento tão nobre e tão simples ao mesmo tempo. Juras de fidelidade eterna, promessas de cumplicidade sem limite, palavras de afinidade e de intimidade que por si só superam os laços de sangue. Algumas dessas palavras ecoam dentro em mim, ora como uma verdade irrefutável, mas confesso que às vezes como utopia. Simplesmente utopia, no meio de tantas outras que plantei e insisto em cultivar.
Por um instante parei a pensar em como seria a minha vida se eu não tivesse te encontrado e te conhecido, como seria o meu coração sem dedicar-lhe o amor que lhe é dedicado todos os dias. Confesso que tive medo. Medo do vazio que haveria, da incompletude do meu coração. Quem, afinal, ocuparia esse espaço que é tão seu, tão particular, tão único. Por fim, preferi não seguir com esse pensamento, pois tenho cá pra mim que as coisas mais simples da vida, não necessitam de compreensão, de entendimento, elas devem ser vividas na intensidade em que se deixam alcançar.
Demasiado dramático, é, talvez eu o seja. Mas afinal, quem não é demasiado em alguma coisa que atire a primeira pedra.


(Wendel Valadares)

domingo, 8 de janeiro de 2012

Minha Essência


Um poema que me diga 
Quem eu sou, o que eu quero
Mil verdades escondidas
Nesse verso tão sincero


Sempre a espera de algo novo
Sentinela eu me tornei
Me fiz massa, me fiz povo
Mesmo assim não me encontrei


Me busquei no fim de tarde
No infinito do horizonte
Procurando uma verdade
Mergulhei dentro da fonte


Nas estrelas, no luar
Noite a dentro eu me perdi
Na esperança de me achar
Eu quisera estar ali


Nessa gana a procurar
Resolvi fazer um verso
Indo em busca de um lugar
Penetrei o universo


Caçador com maestria
Dentro em mim enfim cheguei
O meu mundo é a poesia
Só então eu me achei


Cada letra, cada verso
Traz consigo uma ciência
Na poesia, eu te confesso
Descobri a minha essência


(Wendel Valadares)

Solidão

Num recôndito interior
Sem espera, sem surpresa
Eu me deixo silenciar
Não há canto que me alente

Ninguém chega, ninguém vem
Pra ninguém é que eu digo
Que o dia é tão bonito
E hoje a noite está tão fria

Vou e volto, olho e ouço
Ando sem me mover
A melodia é tão suave
É bonito ouvir o silêncio

O vazio preenche o lugar
Há sempre um lugar vazio
Esperançoso? Quem sabe
Mas persistente, firme

De esperar me fiz espera
Andarilho eu sou errante
Silencioso, misterioso
Na solidão eu sou mais um



(Wendel Valadares)

sábado, 7 de janeiro de 2012

Certeza

Vejo os dias correndo no tempo
Sinto meu peito pulsando mais forte
O meu destino foi lançado à sorte
Não faço roteiros, caminho sozinho

Vago na terra a procura de vida
Levo na pele as marcas da dor
Trago na alma a força do amor
A esperança sustenta os meus dias

Sonho com um mundo mais justo
Tenho desejos que me levam adiante
A minha coragem me faz confiante
E a minha vontade me faz prosseguir

Carrego na fronte um sorriso ganhado
Acredito na força que brota da fé
Se a vida me chama me ponho de pé
Não perco tempo, me lanço no vento

Vou por caminhos ora desconhecidos
Minha única certeza é o meu caminhar
Não tenho medo de nunca chegar
Porque sou feliz onde quer que eu esteja




(Wendel Valadares)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

É noite...

É noite, feito fagulhas radiantes
Piscam no céu as estrelas
Como um farol luminoso
Brilha a lua, toda inteira

A brisa suave me beija a face
Um leve suspiro me acalma a alma
E um pequeno sorriso
Me escapa do canto da boca

Contemplo o céu estrelado
É tudo tão mágico, tão intenso
Quisera eu mergulhar nessa imensidão
E repousar meu corpo sobre as nuvens

O som da noite transmite a paz
E o tempo parece nem se importar
A correria do dia é fácil esquecida
Dá logo lugar a calmaria

Como uma dama de luz
A lua transpassa o véu da escuridão
Iluminando o céu infinito
Simplesmente porque é noite




(Wendel Valadares)

Poema ao meu amigo

Eu quero escrever um verso
Que mostre o que não consigo
Que revele o que eu não digo
E faça encantar o coração

Que ilustre o meu sentimento
E toque o profundo da alma
Que não faça perder a calma
Mas que alente para o viver

Que seja uma prova de carinho
E desperte o melhor em mim
Que não deixe chegar ao fim
O amor que entre nós existe

Que enalteça a nossa amizade
Que a possa fortalecer
Que nos leve a compreender
Sendo dois em um só nos tornamos

Que nos faça ter confiança
Que eternize o afeto que existe
Que entenda o amor que insiste
Em se dar sem querer nada em troca

Eu quero escrever um verso
Que te diga o quão és importante
Que te faça mudar o semblante
Ao saber que contas comigo

(Wendel Valadares)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ciclo

Nesta noite tão gentil
Onde a brisa acalenta
Minha alma varonil 
Já se acha sem tormenta

O corpo dorido, cansado
Repousa em paz no seu leito
O sonho que vem sossegado
Alivia o aperto do peito

Devagar palpita o coração
Joga fora a fadiga do dia
A lua embala a canção
E a noite se faz melodia

A hora voa, passa ligeira
Em silêncio o mundo adormece
A aurora não tarda é certeira
É assim que a vida acontece

A esperança desponta com o sol
Que ilumina o sentido da vida
Lá no céu brilha feito farol
Pra aquecer essa gente sofrida







(Wendel Valadares)

Gratidão

Vim do pó, eu vim sem rumo
Homem feito eu me tornei                            
Meio pai, meio menino
Gente inteira, sofredor

Aprendi sem professor
Que a vida é uma escola
Ora dá, ora te cobra
Mas seu preço hei pagar

Foi na lida, na labuta
Que eu achei o meu lugar
Senti gosto, alegria                                       
Fiz valer o meu suor

Cada gota é bem doída
Conta um causo que eu sei só
Mostra um sonho que é bem vindo
E um sorriso que dá dó

Não reclamo, eu só clamo
Peço a Deus, Nosso Senhor
Que a saúde não me falte
Dá coragem a esse homem
Que do resto eu corro atrás

Reza feita eu não sei não
Que nem ler eu aprendi
Mas minha vida é oração
Meu trabalho é a canção
Tem piedade ó Divino

Ajudai os sofredores
Que não podem trabalhar
Pois um homem sem serviço
Não descansa, não tem Paz
Vive apenas a vagar

Agradecido, eu lhe digo
Ó meu pai, meu Bom Jesus
Vou cumprir minha promessa
Eu lhe dou a minha oferta
Gratidão eu aprendi




(Wendel Valadares)

Simples

Um sorriso, um abraço
Um olhar e um bom dia
Um presente, um belo laço
Uma doce companhia

Um menino, um irmão
Um biscoito e goiabada
Um refresco de limão
Uma mãe limpando a casa

Um quintal pra ser varrido
Um varal cheio de roupa
Um ofício a ser cumprido
Uma caneca, uma louça

Um copo, um ovo, um prato
Um garfo, um rodo, um pano
Um leite, um doce, um trapo
Uma mesa, um balde, um cano

Um dia, um sol, o calor
Um sopro, uma mão, uma mulher
Um gesto, um gosto, um favor
Uma vida simples qualquer




(Wendel Valadares)

Jardim Secreto

Violetas e Tulipas
Girassóis e Margaridas
Flores simples, tão bonitas
Que enfeitam as varandas

Nesta relva, nesta grama
Morre o grão, faz vivo o broto
Vejo a vida germinando
Vejo o verde florescendo

Tantas plantas, tanta vida
Vão formando o meu jardim
Tantos sons, tanto alvoroço
Vem chegando as borboletas

Cores vivas, reluzentes
Sentimento de Pureza
Num jardim ainda oculto
Eu plantei a minha essência

Fiz um muro que é só meu
Pus limites, demarquei
Sigo um rastro do invisível
Amanheço sem saber

Já que a vida é tão fugaz
Vem depressa o fim de tarde
Encho os olhos de beleza
Fico a espera da aurora

Eu me escondo, eu me acho
Eu me busco sem saber
Me adentro num Jardim Secreto
E espero a noite clarear




(Wendel Valadares)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sonhador

Eu tive um sonho sem dormir
E viajei dentro de mim
Eu vi o mundo de olhos fechados
E encontrei o meu lugar

Por desejo e ambição
De utopia e liberdade
Tanto quis meu coração
Embarcar nessa viagem

Uma esperança corajosa                                                                   
Transpassou o meu sonhar
Um desejo impetuoso
Deu-me asas do querer

Ver a vida com outros olhos
Acreditar que tudo é belo
Ser espelho da verdade
Ser feliz sem vaidade
Eternizar o que é sincero

Almejar felicidade
Planejar com esperança
Fazer viva a vontade
Inflamá-la de coragem
E nutri-la com a Fé

Sonho é sonho, só sonhado
Vida é vida, é sofrida
É a lida de quem só espera
Se é destino ou sina, quem me dera
É a luta, é a luta

De homem só, eu me fiz sonho
O meu céu, fiz mais azul
Se é ilusão, quem me dirá?
Vivo estou, disso eu sei
Mas sei sonhar...




(Wendel Valadares)


Poema que deu origem ao Blog e ao meu desejo de escrever.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Amizades

É curioso parar um instante e analisar as nossas amizades, emprestar o tempo para apreciar esse sentimento tão nobre, tão puro e desiteressado. O eterno poeta Vinicius de Morais disse certa vez que " a gente não faz amigos, reconhece-os". Talvez num primeiro momento, essa expressão pareça útopica, mas na vivência, nos dialogos, vamos percebendo que temos tal afinidade com os nossos amigos que a amizade parece ser coisa de infância, de uma vida toda. É bonito isso, abrir as portas, para que um amigo, até então desconhecido, venha partilhar sua história de vida conosco e a partir dessa partilha, deixar surgir um sentimento de bem-querência, que se alimenta do desinteresse pessoal e se fortalece no interesse pela vida do outro, pelas necessidades do outro. Ser amigo é isso: ser apoio, suporte, muitas vezes ser pai, ser irmão. A amizade pode ser melhor definida na bela expressão do grande Caio Fernando Abreu: "Depois um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele, botei a minha no bolso e fui...".

Wendel Valadares

Poetizar a vida

Poetizar a vida
Não é apenas escrever
Fazer versos e rimas
Ou até mesmo uma canção
Não é inventar historia
Nem mesmo criar um texto
Longe de ser brincadeira
Poetizar a vida
É fazer da vida uma poesia
Com ritmo e sintonia
É abrir os olhos pro que é simples
E enxergar a exuberância da vida
Que acontece nos pequenos detalhes
É sorrir e só sorrir
Mesmo quando tudo deu errado
É ver a luz que há no fim do túnel
É saber recomeçar com novos ânimos
Quando tudo parecer estar acabado
É cantar a música da vida
E se encantar com o som de cada dia
É inspirar-se no brilho da lua
E fazer o brilho acontecer na própria vida
Poetizar a vida
É cultivar um sentimento de pureza
E acreditar que as pessoas podem ser boas
É dar um voto de confiança
Quando todo mundo desconfia
É ser diferente e fazer a diferença
É nadar contra a correnteza
Poetizar a vida é ser feliz
E espelhar a felicidade pelo mundo afora
Fazer brotar um sopro de vida
Onde a morte fez morada
É sonhar com um mundo melhor
E fazer o mundo melhor

Rima

Quando a lua aparece
Logo o céu se escurece
Faço então minha prece
E um milagre acontece

Enquanto a noite acalenta
Muita gente se aguenta
É covarde, mas tenta
Ser feliz na tormenta

O sonho rouba a cena
Da criança pequena
Que adormece serena
Sob a brisa amena

A chuva molha o chão
Que fecunda o grão
Sinto tal sensação
Qual calor de irmão

O frio logo aperta
Quem brigou, se acerta
Deixa a porta aberta
Que a saudade é certa

E a vida floresce
E a alegria só cresce
E o sol nos aquece
E o coração agradece

(Wendel Valadares)

Meu Ofício é escrever

Num pedaço de papel
Eu despejo o meu viver
Amarrado a um cordel
Meu ofício é escrever

Escrevo o que vem a mente
Nem penso se faz sentido
Retrato o que o peito sente
Às vezes nem sei o que digo

Me sinto gente importante
Mais útil, mais compassivo
Escrevendo eu sou operante
Um jeito de me sentir vivo

Ideias não hão de faltar
Inspiro-me em tudo que vive
Na terra, no céu ou no mar
Foi esse o destino que tive

(Wendel Valadares)

Adormecer

O sol se põe
O vento, a brisa, as estrelas
A lua se faz luz, inspiração
Os amantes amam, ardem...

O nada faz sentido
Na intensa escuridão
Não há palavras, não há olhares
Sensação é o que perdura...

Repouso e calmaria
O som do silêncio silencia
O corpo pede calma
A vida pede alma...

Tudo é calmaria
Nada é calmaria
No extremo entre o sim e o não
Entre luz e escuridão
A vida segue seu curso...

O tempo não sabe parar
Não lhe deram limite
E o instante que é único
Eterniza-se em lembrança
Simples lembrança
Adormeço...

(Wendel Valadares)

Contrários

Sinto o calor do frio
Vejo o claro da noite
Ouço o som do silêncio
Rasgando o véu do infinito

Tenho um sonho irreal
Não me acho normal
Aliás, nem me acho
Me perdi contando estrelas

Olho a vida passando
Sigo um rastro invisível
Paro no tempo que anda
E ando no tempo parado

Mergulho num mar de memórias
Afogo-me em mágoas sombrias
Perdoo pecados passados
E mudo o rumo da história

Subo o mais alto que posso
E vejo a minha miséria
Pergunto-me, até quando?
Não preciso de resposta

Eu planto e cultivo uma flor
Na esperança de ser uma semente
Vai ver o mundo está ao contrário
Talvez, eu seja o contrário do mundo.

(Wendel Valadares)

Minha Mãe

Minha mãe é meu modelo
Meu espelho e inspiração
Maternal o tempo inteiro
Nunca teve profissão

Em ser mãe se contentou
E viu nisso seu prazer
Deu-se toda, não negou
Dedicou-nos seu viver

Sempre atenta, cuidadosa
Com esforço nos criou
Prestativa, tão zelosa
Cinco filhos educou

Cada um tão diferente
Mas a todos deu valor
Carinhosa, mãe contente
Ensinou o que é amor

Foi esposa, foi mulher
Foi guerreira e corajosa
Agarrada em sua fé
Tão devota e religiosa

Dedicada ao seu esposo
Foi exemplo de mulher
Nesse ofício prazeroso
Sempre ali, sempre de pé

Não há como agradecer
Todo o bem que nos fizeste
Ó mãezinha, vim dizer
És a nossa flor celeste

(Wendel Valadares - Em homenagem a mulher mais especial da minha vida, a dona Romilda. Mãe te amo)